
Como já relatado em outros textos, umas das dificuldades (e que fiz a questão de transformar em aprendizado) foi a adaptação com a alimentação. Tudo é muito diferente do que estava acostumado. Um simples arroz com peixe se transformou em um grande espetáculo de sabores dentro da minha boca (e, posteriormente, no meu estômago). Isso fez com que eu perdesse, apenas no primeiro mês, 3kg.

O modo de cozinhar e os temperos era diferentes dos que eu estava habituado. Contudo, não eram tao diferentes quanto os padrões de higiene utilizados. Até a ausência de talheres no primeiro mês foi algo extremamente complicado. Não é fácil, por mais que pareça tranquilo para as pessoas que estão acostumadas, comer com as mãos e cortar os alimentos com as unhas. Portanto, essa falta de “conforto” no tocante à alimentação foi algo que, além de tudo, mudou minha forma de enxergar essa atividade vital para nossa sobrevivência.
Em momento algum passei fome. Mas a adaptação (e, desta forma, a inexistência de alguns gêneros muito comuns na minha dieta) foi um pouco difícil. Mas sobrevivi! rs

Acabei descobrindo o poder das frutas. Por morar no Brasil, um país onde temos uma grande variedade de frutas, achava que não teria grandes descobertas. Engano meu. Existem tanto no Sri Lanka como na Tailândia (o que me faz crer que na Ásia em geral) diferentes frutas com muitas cores e cheiros distintos e, mesmo aquelas que eu já conhecia, também apresentavam algumas diferenças peculiares: laranjas do tamanho de melões, melancias pequenas para porções individuais e entre outras variações pude encontrar no “menu” asiático.

Outro ponto que esses alimentos ganhavam no placar geral das minhas escolhas (imagine a voz do Gugu ao melhor estilo “Passa ou repassa”) para me alimentar era a certeza da limpeza. Essa foi uma das grandes descobertas da viagem. Como todos sabem, frutas possuem cascas e sendo assim toda a sujeira fica do lado de fora. Ao tirar essa “capa” protetora, você tem acesso a um alimento limpo e isso, na grande maioria das vezes, conta mais do que o sabor ou mesmo o valor nutritivo. Por esses lados, para alguém desacostumado como eu às comidas e aos padrões de higiene, ter a certeza de que o alimento que se mastiga é limpo vale mais do que o sabor em si (até porque quase tudo era bem “spice” e fortemente apimentado)
Segue, abaixo, um pequeno relato meu sobre as 3 descobertas que fiz nesses 8 meses na Ásia. Não sei se existem no meu país (e ficaria muito feliz se existissem, pois são muito saborosas). Apresento-lhes três frutas que não conhecia e que, daqui uns anos, se comer de novo, com certeza terão “gosto de 2014”.